🇵🇹 A Cardano pode recordar ao Mundo o que significa realmente a adopção das cryptomoedas

‘Cardano can remind the world what adoption of crypto is really about’

A Cardano pode recordar ao Mundo o que significa realmente a adopção das cryptomoedas

As Cryptomoedas vieram ao mundo com a visão clara de criar uma alternativa ao actual sistema financeiro mundial. Chegamos a uma fase na qual algumas pessoas celebram a entrada de investidores institucionais e bancos em vez de tentarem usar as crypto no seu dia a dia. Mergulhemos no fenómeno.
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Pagar um café através da rede Cardano deveria ser o nosso objectivo último.

O grande mal-entendido sobre a adopção

Todos vimos um bom exemplo recentemente em Maio de 2020 quando a Goldman Sachs organizou uma chamada com clientes sobre a Bitcoin e o ouro. Um número significativo de membros da comunidade crypto celebrou o evento como um sinal positivo e uma promessa de escalada de preços. Muitos Youtubers reportaram sobre o evento e aconselharam as pessoas a comprar Bitcoin assim que possível uma vez que seria a ultima vez que a poderiam comprar barata. Alguns dias mais tarde, demonstrou-se que o banco não recomendara a compra de cryptomoedas aos seus clientes. Os clientes aprenderam que as cryptomoedas, como a Bitcoin, não são, sequer, consideradas uma categoria de activos e que não oferecem nem fluxo de caixa nem cobertura contra a inflação. A acrescer a isto, podia ler-se a seguinte frase num dos slides apresentados:

“Acreditamos que um valor mobiliário cuja apreciação depende primeiramente daquilo que alguém esteja disposto a pagar por ele não é um investimento apropriado para os nossos clientes.”

A comunidade de crypto elevara o potencial interesse das instituições sobre investimentos em crypto activos usando-o como argumento a favor da compra de cryptomoedas. Tal faz esbater a visão original de Satoshi e fortalecera a opinião errónea de que crypto é maioritariamente um investimento em vez de ser a alternativa ao sistema financeiro actual. Em vez de usar as crypto no dia a dia, há uma comunidade forte de ‘Hodlers’ o que tem uma consequência muito negativa. As pessoas não deixam de usar o sistema bancário, as moedas fiduciárias e esperar por um máximo histórico para vender. A maioria dos novatos estão interessados nas crypto apenas por causa do investimento com um possível elevado retorno. Ideologia fica para segundo plano. É um paradoxo. A tecnologia inventada para lutar contra os bancos torna-se em especulação financeira e as pessoas esperam a entrada dos bancos.

Bancos e Instituições estão dispostas a comprar crypto em nome dos seus clientes e oferecer-lhes serviços de guarda. Alguns bancos criticam as cryptomoedas publicamente enquanto as compram em segredo. Os grandes actores tiram partido das cryptomoedas tratando-se de negócio e especulação para eles. Também deve ser dito que não há nada que o possa impedir. Toda a gente pode usar uma rede pública e aberta. O problema percepcionado é a volatilidade o possível elevado retorno pelo investimento. É um facto conhecido que a adopção das cryptomoedas é muito baixa e um grande número de moedas fica estática em meia dúzia de endereços. Além do mais, uma quantia significativa de moedas é comprada por grandes actores. Isso significa que apenas uma mão cheia de entidades conseguem fazer ‘dumping’ no mercado de forma rápida e drástica. Tal tem consequências muito negativas. Se as crypto forem percepcionadas apenas como especulação então o preço de mercado é a razão mais importante para as guardar. Mesmo que tente ganhar cryptomoedas e pagar com elas nunca estará satisfeito com a alta volatilidade. De momento, estamos num ‘bear market’ de três anos. Muitas pessoas que entraram no espaço, provavelmente já perderam dinheiro recentemente. A manipulação do preço pode ser uma boa forma de proteger os bancos das cryptomoedas. É suficiente para aterrorizar novos utilizadores tornando-se fácil para eles caso consigam manipular o preço. Será essa a razão pela qual os bancos compram e guardam cryptomoedas? Não sabemos. Não se esqueçam que os bancos querem ganhar dinheiro através da especulação e precisam de se proteger contra alternativas. Ambas as situações podem ser alcançadas através da compra de cryptomoedas.

Há ainda outra consequência negativa. O modelo de valores mobiliários das cryptomoedas é baseado no preço de mercado das moedas. Se as moedas desvalorizam de forma rápida e dramática então o bem diminui de valor. Os projectos ’Proof-of-Work’ são mais vulneráveis que as redes ‘Proof-of-Work’. As redes ‘Proof-of-Work’ como a Bitcoin recompensam os ‘miners’ por cada bloco minerado. Numa rede ‘Proof-of-Work’ como a Cardano, o orçamento de segurança está sempre presente e comsite em, aproximadamente, metade do número de moedas aplicadas em participação. O Preço de mercado destas moedas será sempre, provavelmente, muito mais alto que uma recompensa de bloco no consenso PoW. Além do mais, não há ‘halving’ no ‘Proof-of-Stake’, logo o orçamento não é reduzido gradualmente ao longo do tempo.

Não nos interprete mal. Não há problema em especular sobre o preço. Por outro lado, será de admitir que a missão original das cryptomoedas é completamente ofuscada. Ainda é verdade que se podem enviar transacções que ninguém consegue censurar ou prevenir. As pessoas tendem a comportar-se racionalmente. As pessoas simplesmente não utilizarão cryptomoedas voláteis no seu dia a dia se isso significar perder valor expresso em moeda fiduciária. Um bem altamente volátil tenderá sempre a ser uma opção de investimento em vez de uma moeda. Isto provavelmente não irá mudar nas próximas décadas.

De momento, a adopção de cryptomoedas está maioritariamente relacionada com a adopção de uma nova classe de activos especulativos. As habilidade de transacção são utilizadas para enviar moedas para as ‘exchanges’ ou para as carteiras. Apenas um número insignificante de utilizadores estão dispostos a pagar por bens com cryptomoedas. Tal apenas é rentável para quem entrou cedo no mercado e já realizou ganhos 10x superiores. Apenas pessoas ricas se podem dar ao luxo de perder uma percentagem de dinheiro de tempos a tempos. Todos os ‘Hodlers’ e investidores profissionais que se interessam por activos voláteis devem ter em conta o preço de mercado das moedas. É necessário estar atento ao preço pelo menos por razões de segurança de protocolo.

É necessário perceber que ao guardar cryptomoedas por razões especulativas não construímos um sistema financeiro alternativo. Isto é verdade para os primeiros adoptantes, para o comércio a retalho, e também para os bancos e instituições. Há quem seja de opinião que as cryptomoedas podem ser utilizadas como protecção contra a volatilidade do dinheiro e um potencial aumento da volatilidade no caso de uma crise nos atingir. É comummente aceite que a escassez digital das cryptomoedas deve assegurar a estabilidade de preços ou até um aumento. É esperado o mesmo comportamento do que com o ouro. Tal seria verdade apenas se mais pessoas beneficiassem desse facto. O ouro ainda reina supremo para a maioria das pessoas. Um novo standard com um tal grande impacto pode ser estabelecido apenas se, pelo menos um terço da população concordar com ele e o começar a utilizar activamente. Contudo, ainda não estamos nessa fase. E tal como dissemos, apenas um numero reduzido de indivíduos tem o poder de influenciar a narrativa ao guardar ou vender moedas no momento critico, quando a crise chegar.

Os bancos e o dinheiro não vão a lado algum e há uma grande probabilidade de ficarem connosco por bons e longos anos. Construir alternativas não significa necessariamente destruir os bancos. Precisamos de construir uma infraestrutura que possa ser utilizada pelas pessoas da mesma forma que o dinheiro é. A utilização deve ser similar. A maior diferença reside em princípios como a descentralização, a resistência à censura e o acesso generalizado. Precisamos de construir uma infraestrutura funcional e depois, gradualmente, atrair novas pessoas. As pessoas irão provavelmente adoptar a ideologia mas a utilização terá de ser muito similar àquela a que estão acostumadas hoje em dia. Além do mais, as pessoas esperam ganhar vantagens quando utilizam soluções alternativas. As cryptomoedas tem de satisfazer as suas necessidades.

A Cardano permitirá às pessoas a utilização da tecnologia blockchain

Para tornar o mundo num lugar melhor para se viver necessitamos de tirar máximo partido do potencial da tecnologia Blockchain. Limitar a utilização para manter a escassez digital é bom para a especulação de preços mas pouco ou nada tem a ver com construir uma alternativa ao actual sistema financeiro. A real adopção de cryptomoedas deve basear-se em permitir aos utilizadores utilizar a blockchain diráriamente para pagamentos e outras operações financeiras ou sociais. A adopção será baixa no início. É necessário construir a solução que permita a coexistência das redes de dinheiro tradicional com a blockchain. O problema da volatilidade deverá também ser resolvido. Conseguimos imaginar que as pessoas estarão dispostas a pagar com ‘stable coins’ desde que não haja risco envolvido de perda de valor ou a típica espera por preços mais altos. O aspecto especulativo das cryptomoedas tem de ser eliminado.

A Cardano é uma blockchain de terceira geração que estará tecnologicamente apta a ser utilizada como a espinha dorsal de um mundo financeiro alternativo. Será escalável e as transacções serão rápidas e baratas. Os custos de transacção deverão ser ignoráveis, caso contrário ninguém estará disposto a pagar por bens diariamente. Quando paga numa loja normalmente apenas passa o cartão sobre um terminal. Este processo leva apenas alguns segundos e pode pagar por um café sem quaisquer preocupações de que a taxa será maior do que o preço do café.

A Cardano usa o consenso ‘PoS’ que é tão barato que permite manter a rede em funcionamento e caro o suficiente para manter o orçamento de segurança elevado. O elevado desempenho da rede permite processar múltiplas transacções com baixas taxas. Isto é exactamente o que é necessário para um computador financeiro mundial. A Cardano é uma rede muito inclusiva. Um utilizador pode instalar apenas uma carteira e começar a enviar transacções pelo custo de apenas uns cêntimos. As redes ‘PoW’ são o oposto. É dispendioso mantê-las operacionais uma vez que é necessário pagar pela electricidade e estas tem um baixo desempenho de rede. Como resultado disto, as transacções são lentas e dispendiosas. Talvez seja a razão pela qual divergimos da visão original de Satoshi Nakamoto e mudamos a narrativa da Bitcoin para a reserva de valor. Isto não é necessariamente uma coisa má. É a evolução. A Bitcoin pode funcionar como uma boa forma de reserva de valor mas dificilmente poderá ser a blockchain que processa grandes quantidades de transacções por segundo. A Bitcoin pode ser exclusiva mesmo com a Lightning Network. Haverá sempre uma necessidade de fazer algumas transacções em corrente e estas poderão ser muito dispendiosas para pessoas em países em desenvolvimento. Faz sentido utilizar a blockchain apenas se as pessoas forem responsáveis pelas suas chaves privadas. A acrescer a isto, as soluções de segundo nível não tem nada a ver com blockchain que para tantos outros propósitos é inútil. Se precisamos de fazer uso da transparência de uma ‘Ledger’ então a solução de segundo nível não nos ajudará muito.

A Cardano consegue manter os custos de transacção baixos para sempre e o orçamento de segurança não será colocado em risco. A ‘escalabilidade’ apenas melhorará. A solução de segundo nível da Cardano, a Hydra, será suficiente por muito tempo. Emitir ‘tokens’ permite a criação de ‘stable coins’. Seria fantástico se a ADA fosse utilizada como base de ‘stable coins’. As pessoas poderiam começar a construir novas comunidades e empresas na blockchain Cardano. Se algumas forem bem sucedidas a nível local então poderemos falar de algo maior, globalmente. Talvez seja muito difícil implementar um novo standard global como reserva de valor. Talvez seja mais fácil permitir às pessoas criar valor localmente permitindo o acesso global.

Haverá sempre organizações e instituições nas quais teremos de confiar. Podemos utilizara blockchain para criar uma alternativa que nos permita evitar essas instituições ou, as instituições actuais poderiam concordar em utilizar a blockchain devolvendo parte do controlo e do poder às mãos dos cidadãos. Os Bancos podem comprar e vender cryptomoedas e podem utilizar a velha estrutura financeira. Eles saberão bem como utiliza-a e como esconder algumas informações ou cometer fraudes. Isto obviamente não resolve nenhum problema actual do ponto de vista das pessoas. A blockchain é maioritariamente sobre distribuir confiança e a imutabilidade dos registos. É também sobre a prevenção da censura e regras claras e justas para todos os utilizadores. Não há nenhum super utilizador com mais privilégios na blockchain. Para utilizar as capacidades da blockchain temos de insistir na integraçãoo da tecnologia nos actuais sistemas financeiros. Um dia, poderemos ser capazes de substituir sistemas totalmente obsoletos. Pode parecer uma tarefa difícil ou até um sonho. Não obstante, temos o direito de construir alternativas e decidir em que sistema queremos viver. Esse é o grande poder da tecnologia blockchain.

Sempre foi necessário confiar noutros grupos de pessoas ou organizações que sejam capazes de tomar conta de alguma coisa. Nunca pode haver apenas indivíduos independentes no mundo e precisamos de delegar muitas dessas tarefas em organizações. A mudança que a blokchain pode trazer é a habilidade e liberdade para escolher quem vai ser responsável por o quê, e restituir o dinheiro e o poder de volta no caso de fracassar.

Por exemplo, as pessoas decidem reunir algum dinheiro para construir um novo centro comunitário. Assumamos que a organização X conseguirá construir o centro caso consiga colectar X quantia de dinheiro. As pessoas terão de confiar na organização X. A vantagem é que as pessoas podem verificar exactamente o que acontece com o dinheiro podendo, inclusive, cancelar o contrato caso algo corra mal e a maioria dos investidores esteja de acordo. Tal será difícil de atingir sem os smart contracts e algum tipo de mecanismo de voto. A Cardano estará tecnicamente habilitada para estas tarefas. Pode ser fácil criar um smart contract que gradualmente vá libertando, parcialmente, os fundos. As pessoas podem ver o centro comunitário a ser construído e a crescer e deliberar no sentido de libertar mais fundos parcialmente. A organização X, simplesmente, não pode ficar com o dinheiro todo e desaparecer. O que é agradável é o facto dos investidores permanecerem detentores do centro comunitário com todas as responsabilidades e benefícios daí advenientes. Claro que, a interconexão com os sistemas tradicionais é necessária e a propriedade terá de ser gravada no registo predial. A questão prende se apenas com os sistemas de integração e de política e não com a questão tecnológica. Estamos optimistas de que iremos ultrapassar esta questão.

Sumário

Poderíamos encontrar múltiplos exemplos como o descrito no ultimo paragrafo. O real potencial da tecnologia blockchain subjaz na atribuição às pessoas de poder de decisão e permitir livrar-nos dos intermediários. A Cardano foi construída, precisamente, com este propósito. Ter um tal sistema será muito valioso para a sociedade e teremos controlo sobre ele mediante a posse de ADA ‘coins’. Neste momento importa também a especulação de preços. Em todo o caso, a tecnologia Cardano tornará possíveis mudanças que não seriam possíveis de outra forma na sociedade. Se conseguirmos alcançar tal feito a ADA irá naturalmente valorizar também. Acreditamos que em alguns anos a Cardano será utilizada por muitas pessoas.

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